2.4.11

RAZÃO DESTE SITE


Várias foram as motivações que me levaram a escrever a história da R.M. sendo a principal prestar a justa homenagem a um grupo de jovens que faziam radiodifusão como "hobby",nos anos 60/70, mas que ombreavam com os profissionais nos resultados. Outro dos motivos foi colmatar a falha informativa de diversos " sites" sobre a Rádio portuguesa no período atrás citado. Será também um contributo para os estudiosos do Ex- Ultramar Português.

11.7.07





Rádio Mocidade, emissora do Liceu Salazar em Lourenço Marques , pode ser considerada como uma experiência pedagógica bem sucedida dos anos 60/70 antecipando, em uma dezena de anos ,a ideia de abertura da Escola ao meio onde está inserida. Para além de ocupação dos tempos livres dos alunos do Liceu, a R.M. abriu-se a outras populações escolares,incluindo a universitária e pós-laboral, bem como a toda a população em geral . Será a história desta emissora que me proponho contar: as dificuldades do arranque ; a falta de meios materiais e pecuniários ; a descrença no projecto por parte de " velhos do Restelo"; a vontade dos jovens ; o êxito e o sonho que não se pôde concretizar . Tudo o que afirmarmos será comprovado por fotografias e pela transcrição de notícias da imprensa da época ,devidamente identificada. É assim um comprido "site" que não se tornará compacto devido ás inúmeras fotografias que intercalam o texto e que foram obtidas pela amabilidade de particulares. Terminaremos com uma referência a um almoço que ocorreu 34 anos depois da emissora encerrar e que juntou , em Lisboa,alguns dos jovens, agora de cabelos brancos e talvez avós.

9.7.07







RÁDIO MOCIDADE




1967-1974

(historial da rádio contado pelo seu fundador Joaquim Nogueira)


Onde não falta a vontade existe sempre um caminho (in O Senhor dos Aneis)


REALIZAÇÃO DE UM SONHO


Tudo começou porque eu sempre tive a mania da radiotecnia e aos doze anos construía a minha primeira “galena” para ouvir a Emissora Nacional, em Coimbra, isto no ano de 1947.
Em 1966, estando a leccionar no Liceu Salazar, em Lourenço Marques, encontrei no laboratório de Física um emissor de radioamador de 20 W e na minha cabeça surgiu a ideia de criar com alguns alunos uma escola de futuros radioamadores.
Posto o assunto ao Reitor (Dr.Mário Alcântara ) este apoia a ideia, mas o pior foi a Liga dos Radioemissores de Moçambique (radioamadores) que a vetou ,embora os CTT e os seus serviços radioeléctricos tivessem dado luz verde.
Então pensei para comigo: “ se não me deixam fazer uma escola de radioamadores vou tentar fazer uma estação de radiodifusão sonora.” A ideia, naquele tempo, era tão louca como tentar fazer hoje uma estação de televisão pois o material não existia no mercado local e não se usavam computadores ,como hoje em dia .
Obtidas as necessárias autorizações dos serviços radioeléctricos, começou a transformação do emissor de 20 W, da onda curta para onda média. Este trabalho foi realizado pelo Sr. Carlos Albuquerque, técnico do Rádio Clube de Moçambique, enquanto eu me ocupava, com três alunos, em improvisar um estúdio numa pequena arrecadação junto á biblioteca do Liceu. Mas seria aquilo um estúdio se só se tinha um gira-discos e um gravador, nada profissionais, ligados directamente ao emissor?
Uma antena horizontal foi montada no terraço do Liceu e ali estávamos nós a fazer experiências , aos Domingos ,das 9 às 10 horas e com sucesso, pois as emissões deram brado entre os alunos e se calhar só chegávamos ao Alto-Maé ! (A primeira experiência foi feita no Domingo de Páscoa de1966).
Todos queriam experimentar, todos queriam pertencer á rádio ainda sem nome, mas com tais instalações e material isso era impossível .
Juntei os alunos e disse-lhes:” Vamos fazer um estúdio como deve ser, mas é necessário angariar fundos.” Se o disse, os alunos melhor o fizeram ! Alguns meses depois havia dinheiro para o sr. Carlos Albuquerque construir uma consola de comando onde se ligavam 1 microfone, 2 gira-discos e 2 gravadores Este estúdio, já com cabina de locução, foi instalado na grande sala da cabina de projecção de cinema profissional que o Liceu possuía. Nascia assim a RADIO MOCIDADE, com estúdio e emissor próprios. Estávamos em Fevereiro de 1967.


(O 1º estúdio montado na cabina de cinema do Liceu) (foto do 2º emissor, comprado no ferro velho e adaptado.Era um RCA de 100 w)) Agora sim, eram já programas semanais de 2 horas, com cabeça, tronco e membros. A revista PLATEIA publica uma notícia com a foto dos elementos da Rádio Mocidade. Eram eles : Rui Magalhães, João Mendes, Libânia Feiteira, Graça Faustino, Silva Pereira, Isabel Pinto, Eurico Correia, Akim Perally . Neste grupo havia alunos do Liceu, da Escola Comercial, do Magistério Primário e da Universidade. A emissão era feita em 656 Khz o que equivalia aos 457 m , da onda média.




A rádio crescia em ouvintes, era falada na cidade, mas o pobre emissor de 20 W não aguentava mais de uma hora de emissão contínua e era arrefecido com uma ventoinha. Os alunos queriam mais e lá vou eu ter com o Secretário Provincial de Educação ,Dr. Francisco Maria Martins, expondo a situação e solicitando uma pequena verba para comprar, no ferro-velho, um emissor de 100 W, marca RCA que pertencera aos CTT. Novamente o sr. Carlos Albuquerque ,em meados de 1967, transforma a onda curta em onda média e agora ,com toda a cidade coberta, era a delícia de todos, aos Sábados e Domingos .O novo emissor muda a sua frequência para 1484 Khz (202 m. onda média) . Estas instalações na cabina de cinema mantiveram-se até 1970, embora com várias alterações no material de estúdio.
A popularidade crescia cada vez mais e os alunos universitários resolvem criar a sua Rádio Universidade mas com pouco sucesso, pois emitiam no Rádio Clube , em FM , apenas uma hora por semana.
Os alunos queriam mais horas de emissão e o dinheiro vindo da Secretaria de Educação e do Reitor, Dr. Rui Gouveia, mal dava para as agulhas dos gira-discos. A energia era á conta do Liceu, felizmente.! Vai daí os jovens começam de novo a angariar fundos no comércio local e a pressionarem-me no sentido de que conseguiam fazer emissões diárias, mesmo com a restrição de que quem tivesse negativas não faria rádio. Sempre tiveram notas positivas e passavam de ano.
Venceram uma vez mais, e com o apoio da Gerência do Rádio Clube de Moçambique que reconheceu o valor da RM e lhe ofereceu um dos seus emissores de 250 W, mudam-se novamente as instalações dentro do Liceu, desalojando parte da secção de Educação Física e aí construindo de raíz novos estúdios com novo material técnico, agora profissional, inauguradas a 28 de Fevereiro de 1970. É nesta altura que alguns elementos da Rádio Universidade voltam á Rádio Mocidade pois nesta tinham emissões diárias e material também profissional, criando a rubrica "Quadrante Universitário".

(Emissor de 250 w oferecido pela Gerência do Rádio Clube de Moçambique)


(O último estúdio no dia em que foi inaugurado. Sofreu posteriores modificações em material )
Não me perguntem como se conseguiu já que tudo aparecia como por milagre ,tal era a força de vontade dos jovens ,o interesse dos ouvintes e dos encarregados de educação pelos programas ligeiros, culturais e de estudo . Sim, também havia programas de estudo no período pré exames com gravações vindas de Lisboa e em que se faziam revisões das disciplinas mais difíceis como Filosofia, História, Português etc. Já poucos se lembrarão do facto mas é preciso repor a verdade! A partir desta data,dá-se o intercâmbio de programas com os emissores regionais do RCM , com a Emissora Nacional, com a Rádio Lobito (Angola) e com a secção de teatro do RCM dirigida pela Srª D. Sara Pinto Coelho. São as transmissões realizadas da FACIM, do Autódromo de L.M., das piscinas do Desportivo, das corridas de automóveis na África do Sul, do rally do BNU e da Caça ao Tesouro pela rádio, tudo isto em emissões das 20 h às 22 h de 2ª a 6ª feira, das 15 h às 19h30 aos sábados e das 9 h às 19h 30 , aos Domingos. Isto era o que estava estipulado, porque um pedido telefónico para casa do "Dr. Nogueira" e lá ia mais uma ou duas horas de emissão. O estúdio tinha muitas mais horas de trabalho com a gravação de programas de sonorização mais cuidada e treino de novos elementos. Isto era feito no período em que o emissor não estava no ar e fora do horário das aulas.
É esta a época em que era emitido o “sinal “ Aqui Portugal, Moçambique !... Rádio Mocidade a estação dos jovens para todos os jovens de Moçambique, irradiando dos seus estúdios no Liceu Salazar ,em 1484 Khz , 202 m onda média .
O nosso programa “Camuflado” ,destinado às Forças Armadas, chegava a todo o Moçambique ,graças às gravações transportadas gentilmente pela DETA para os regionais do RCM , numa amável retribuição das gravações que gratuitamente fizeramos para os seus aviões. A música que se ouvia na cabina desses aviões ,antes de descolarem ou ao fazerem-se à pista, foram gravadas no nosso novo estúdio. Em 1974 estava a ser montado na Matola , no centro emissor dos CTT, um novo emissor de 2.000 w que, dada a potência, já não podia estar dentro da cidade.
Como mera curiosidade técnica, diremos que havia uma companhia de aviação que se guiava pela nossa emissão, dada a grande direccionalidade da antena horizontal e lhes servíamos de radiofarol para a cabeceira da pista do aeroporto de Lourenço Marques ,desde que deixavam Joanesburgo . Também os ouvintes entravam em directo nos programas, via telefone, sem qualquer atraso para evitar inconveniências ; nunca houve problemas pois os jovens locutores mantinham uma postura e uma linguagem que bem podia servir de exemplo aos profissionais dos nossos dias. A rádio estava proíbida de fazer publicidade mas, mesmo assim, o comércio e a indústria locais sempre a apoiaram com prémios para os vários concursos e as lojas que vendiam discos ,emprestavam ou cediam os mesmos sem contrapartidas, pois todos sabiam que era uma rádio escolar e também viveiro de muitos futuros profissionais de rádio e televisão.Não cito os nomes dos que hoje são profissionais de rádio e televisão e que na R.M. deram os primeiros passos ,pois posso olvidar alguém mas que são vários e espalhados pelo mundo ,posso garantir.
A Rádio Mocidade possuía uma Direcção constituída pelo Director (Joaquim António Almeida Nogueira, docente e Professor Secretário do Liceu ) que respondia pela Emissora perante o Secretário Provincial de Educação e por três alunos colaboradores : o chefe dos técnicos/operadores de emissão, o chefe dos locutores e o chefe da programação.
Enquanto a sua vida particular o permitiu ,o Sr. Carlos Albuquerque (CR7-CR)foi, por mérito, Subdirector e um dos pilares da RM.
A Rádio Mocidade auto-suspendeu as emissões a 27 de Abril de 1974 aguardando o evoluir da situação, não tendo recebido qualquer ordem para o fazer .
Desejo que fiquem para a posteridade os nomes dos jovens ,hoje talvez avós, que fizeram a RM, pedindo desde já desculpa por alguma omissão involuntária . A ordem pela qual se encontram nada quer dizer. Foram eles : Fernando Cruz, Cristina Mendes, Libânia Feiteira Ferreira, J.Mendes,Maria Dília , Victor Nogueira Pereira, João Pedro, Luís Arriaga, Rui Magalhães, Graça Faustino, Isabel Maria Pinto, Eurico Correia, Akim Elias Pirally, Luís Leite, João Carvalho, Maria Amélia Pinho, Carlos Matos, Luís Fonseca, António Ramalho, Pedro Neto, João Salgueiro, Carlos Oliveira, Tony Fonseca, Tozé Seca, Fernando Salgado, Odete Ferreira, Alda Maria, Conceição Gonçalves , Hélder Fernando, Pinto da Fonseca, João Carvalho, Pedrosa Alves,João Alves,Sebastião Henriques, Miguel Sousa, Lobão Ferreira, José Felizardo, Roberto Bordino, Jorge Rodrigues, Veloso da Silva , Carlos Albuquerque , João Augusto , Dina Maria,Delfim Rui Duarte , Maria João Mendes , Lila Rafael ,Ivone Ferreira , Carlos Garrido , Marino Gomes , Maria José Gaspar ,Milly Barreiros , Luis Bento,António Garcia e José Garcia.(encontram-se com os nomes pelos quais eram conhecidos )A todos um abraço de saudade do “Dr. Nogueira “ e uma prece por aqueles que já não estão entre nós .


Um homem nunca sabe do que é capaz até que o tente fazer (Charles Dickens)


Memórias da R.M.


Esta secção está destinada a relembrar acontecimentos ocorridos com a RM. Está aberta a todos. Mandem texto ou fotos para ct2fvf@hotmail.com



EXAMES DIFÍCEIS
Estávamos em época de exames lá pelos finais dos anos 60. A prova de matemática era difícil e os alunos ao saírem do salão de festas onde se realizavam os exames comentavam que o vice-Reitor, Dr. Pires dos Santos até mandara pôr música suave e baixinho para os acalmar.
Achei estranho, pois nem o Dr. Alberto Pires dos Santos era dado a essas coisas, nem o facto era possível já que só havia um microfone ligado á aparelhagem de som do salão.
Averiguado o facto cheguei á conclusão que tinha sido o emissor da R M, que estava no ar para testes, que entrara por indução na aparelhagem de som.
Por sorte a afinação do emissor estava a ser feita com música de VIVALDI, mas os alunos sempre acreditaram que não fora ocasional aquela música calmante que ouviram durante a prova de exame de Matemática.

ESFORÇO A MAIS
..Era o mês de Janeiro de 74 e na piscina do Desportivo realizavam-se as 24 Horas de Natação. Deslocada para o local uma equipa de cinco elementos era necessário alguém no estúdio entre as 20h e as 8 h da manhã, para ir metendo música nos intervalos das reportagens da piscina.
Como voluntário apresentou-se o Bordino que, sozinho no estúdio, lá foi metendo música sempre que a equipa na piscina o solicitava. Tudo corria bem até que pelas 7 h da manhã ao ser pedida nova música do estúdio este não respondia. Para evitar brancas na emissão a equipa da piscina fazia novas entrevistas, repetia resultados e entrevistas gravadas, enfim enchia tempo como podia, já que o estúdio nem o telefone de linha aberta atendia. Desesperados resolvem ir ao Liceu ver o que se passava.
Quando lá chegaram foram dar com o Bordino ferrado num sono profundo e a mão no comando de arranque do gira discos; não resistira a 12 horas seguidas sozinho no estúdio e de noite. Faltava apenas 1 hora para que a nova equipa entrasse com a programação normal de Domingo.


A foto que se segue mostra alguns elementos da Rádio na piscina a que se refere o texto ;são eles:Luís Leite,João Carvalho,MªAmélia Pinho e Carlos Matos.




"Um homem que tenha algo a dizer e não encontre ouvintes está em má situação. Mas pior estão os ouvintes que não encontrem quem tenha algo a dizer-lhes " B.Brecht

Na foto abaixo Tony Fonseca e Tozé Seca , ambos com 15 anos , aos microfones da Rádio Mocidade num programa de sábado à tarde.

Maria Dilia e Pinto da Fonseca no programa Meia-noite menos tal Maria Dília com Simone de Oliveira e Henrique Mendes (Maria Dília e Milly Barreiros entrevistando Alberto Cortez)

(vista aérea do Liceu Salazar)
Os últimos estúdios da Rádio Mocidade estavam instalados no canto direito do edifício, lá ao fundo, no rés-do-chão. Tinham entrada privativa.
Os primeiros estavam na cabina de cinema do salão de festas que se reconhece pelo tecto curvo. Ia-se para lá pelo elevador do hall de entrada.
As primeiras experiências foram feitas no corpo da entrada principal, 3º piso. lado direito Era uma arrecadação sem janela para a frente.

A antena horizontal ia desde o meio do corpo traseiro do lado direito do edifício até ao corpo do primeiro plano lado direito e voltava .Ida e volta eram 100 metros de fio, distanciados um do outro 1 metro. O emissor estava afastado do estúdio 5 metros ,num compartimento próprio , próximo da entrada para a piscina coberta. Coordenadas do centro da antena 25º 58' 15" Sul e 32º 35' 12" Este.

No dia em que foram inaugurados os novos estúdios tivemos a presença de altas individualidades ligadas aos Serviços de Educação A fotografia seguinte mostra ,da esquerda para a direita o Dr.Francisco Maria Martins (Secretário Provincial de Educação),Dr.Joaquim Nogueira (Director da Rádio),Dr.António Vieira Júnior ( Director dos Serviços de Educação), Sr. Pinto da Fonseca (funcionário da DETA e Relações Públicas da Rádio) e o Sr.Carlos Albuquerque ( Sub-Director da Rádio ) Cortado na fotografia está o Dr. Rui Gouveia que era o Reitor do Liceu,
Em nome da R.M. e dando as boas vindas aos visitantes falou o Pedro Neto, na altura o elemento mais antigo da Emissora e aluno do Liceu, que historiou a origem e vida da estação,recordando os primeiros elementos que ali não estavam por terem vindo estudar para o Continente ou por terem abraçado a vida profissional(A foto mostra o facto relatado. )

Em resposta ás palavras do Pedro Neto o Secretário Provincial de Educação agradeceu o convite para estar presente neste acto solene,elogiou o trabalho desenvolvido e terminou dizendo : " Muitos antes tentaram fazer uma rádio escolar, mas só o Sr.Dr.Nogueira e o seu grupo de alunos o conseguiram,com esforço e persistência, dando assim um exemplo a todos os outros alunos. Em nome do Governo Provincial que represento ,o nosso obrigado e felicidades para o vosso trabalho." Esta inauguração em que foi descerrada uma lápide ,realizou-se com a emissão no ar, conduzida pelo Hélder Fernando e por uma assistente de programa, estando o F.Salgado na técnica. ( O Helder Fernando na emissão de inauguração do novo estúdio)


Recordar é viver”
A juventude Moçambicana merece ser recordada

CARTÃO VERSUS BILHETE DE CINEMA

Continuo na saga de contar histórias vividas dentro das paredes desta estação emissora e que mostram o espírito dos jovens que nela colaboravam.
A Rádio possuía um cartão de livre trânsito passado pelo CIT (Centro de Informação e Turismo),cartão este sem fotografia, para que qualquer elemento que fosse fazer uma reportagem ou trabalho similar, pudesse passar por aquilo a que hoje chamamos controlo de segurança.
A certa altura verifiquei que o dito cartão era muito solicitado, mas o trabalho resumia-se a umas entrevistas feitas a espectadores de uma qualquer sessão de cinema e sem interesse para a grelha de programação.
Com a pulga atrás da orelha, como é hábito dizer, vim a descobrir que os meus “repórteres” aproveitavam o cartão para ver, aos fins de semana e “à borla”, vários filmes que os cinemas Manuel Rodrigues, Gil Vicente, Scala e Avenida estavam apresentando.
Para justificar, levavam um gravador portátil e no fim faziam uma entrevista a um espectador. Eram os verdes anos de alunos do secundário .

Para terem uma ideia do cartão segue-se uma foto do meu.

Este cartão era anual e passado pelo CIT .

Claro que o cartão passou a ser usado com mais parcimónia e com a obrigação de fazer uma critica cinematográfica para uma rubrica que entretanto se criou na grelha de programação.
Mesmo assim , algumas vezes, o cartão foi usado para ir ver futebol que não constava da nossa programação.
EMISSÂO da FACIM
Uma das mais engraçadas emissões de exteriores foi a da FACIM (Feira Agrícola Comercial e Industrial de Moçambique ) no ano de 1974 .
Como devem calcular naqueles tempos não havia satélites,nem telemóveis e um emissor (em AM nos 27 Mhz) que servisse de "link "era coisa não permitida.Desta forma pediu-se aos CTT a montagem de uma linha aberta entre o Liceu e a Facim.
Como a R.M. não tinha dinheiro para alugar um “stand” na Feira, surgiu a habilidade própria dos estudantes e lá se conseguiu um cantinho para montar dois microfones e uma pequena consola de comando. A música seria irradiada do estúdio como habitualmente.
Todavia era necessário atrair visitantes àquele local para as entrevistas. De que se lembra o Sebastião Henriques? Organizar um show imitando um compadre alentejano, mas vestir-se só de alentejano não chegava ! Era necessário retocar o personagem e vai daí procura um burro, coisa praticamente impossível numa cidade cosmopolita como Lourenço Marques.
Onde o foi buscar é segredo que só ele pode revelar , mas que o animal atraiu imensa gente ao local onde estava instalada a rádio,isso pode ser comprovado pela foto que se segue.

Na foto está o Pedrosa Alves, vestido de escuro, o Sebastião Henriques vestido de alentejano e junto deste o “mini”,(Jorge Rodrigues) o mais jovem elemento da Rádio com apenas 14 anos. (ver foto abaixo) A voz que supostamente seria a do burro era feita por um outro elemento de que a minha memória não reteve o nome.
Esta emissão de exterior e a da piscina do Desportivo foram as últimas realizadas em 1974 . Mas houve outras…
No ano anterior o Jornal Notícias publicitava com foto : “Seguiu ontem para a Metrópole o enviado especial da “Rádio Mocidade”,João Carvalho, que irá fazer a cobertura para Moçambique, dos principais acontecimentos do VIII rali TAP .
Acreditem ou não, esta era uma rádio feita apenas por jovens.

(autódromo de Lourenço Marques) ( IIIº Rally do BNU-Moçambique)
(entrevista ao Relações Públicas da SHELL)

RALLY do BNU
Corria o ano de 1973 e em Moçambique realizava-se o Rally do BNU.Como sempre a nossa rádio estava em todas e em directo , com um posto de reportagem no secretariado da prova no edifício do BNU. Ao secretariado chegavam informações e classificativas oriundas de um grupo de radioamadores distribuídos para tal ao longo das "picadas" do sul de Moçambique.Desta forma era com atraso que o secretariado da prova distribuia aos órgãos informativos as listas dos resultados das classificativas.Mas a R.M. que era a única estação de rádio em directo necessitava de informações frescas e em cima da hora. Por isso,sabendo-se que um dos seus elementos era radioamador e fora destacado para apoiar o rally na vila da Namaacha,pediu-se-lhe que nos fornecesse informações rápidas e directas através de telefone

Por esta via também a equipa do estúdio punha as informações no ar no momento exacto em que chegavam ao secretariado,o que deu brado entre os ouvintes,já que o colossal Rádio Clube de Moçambique o não fazia dada a sua grelha comercial.
(na foto Jorge Rodrigues;João Carvalho;Pedrosa Alves)

A Rádio Mocidade era espectacular em transmissões de exteriores por não estar limitada a tempos de publicidade e por isso , quando foi o Campeonato Mundial de Vela,classe Vaurian, lá estávamos nós em directo do Clube Naval a transmitir informações que chegavam via rádiotelefone,coisa até então pouco usada em 1973. Mais um êxito que terá abalado o brio dos profissionais da rádio que viam os jovens fazer coisas que eles não faziam e com tão parcos meios técnicos.
Era assim a RADIO DOS JOVENS PARA TODOS OS JOVENS DE MOÇAMBIQUE
(Sebastião Henriques) Esta foto foi tirada numa sala do BNU em Lourenço Marques, a quando do Raly doBNU Nela vemos Quim Carvalho,Carlos Garrido, Fernando Salgado e Luis Fonseca.

A fotografia que se segue mostra um dos elementos da emissora,neste caso a Dina Maria, com os seus dezoito anos, a fazer uma reportagem na Secretaria Provincial de Economia ,para ser introduzida no nosso pequeno "noticiário" diário que tinha o apoio do jornal NOTICIAS de Lourenço Marques.



A Dina leva ao peito a sua identificação .Este "crachá" plastificado é um quadrado preto tendo desenhado a dourado uma torre de antena e um microfone com os dizeres:Rádio Mocidade -Lourenço Marques. Todos os elementos tinham também um cartão identificativo que era renovado anualmente.





Era nesta pequena sala de convívio que se ultimavam muitos programas.No caso vertente parte da equipa do Quadrante Universitário . Da esquerda para a direita :Fernando Salgado(sonorização),Hélder Fernando(locução) e Conceição Gonçalves(produção e locução).O mobiliário fora construído no Liceu pelo Dr.Rui Gouveia,na altura Reitor do mesmo.
Os pioneiros desta emissora trabalharam em piores condições,quando os estúdios eram ainda na cabina de cinema,como o documenta a fotografia seguinte e onde vemos em pé Fernando Cruz e sentados Cristina, Mendes,Libânia, Dília e Victor Pereira. Só existia aquele sofá e a carteira escolar para escrever qualquer coisa de última hora. Os programas eram escritos em casa e os discos trazidos também de fora, normalmente por empréstimo.


(fotos de 1969) Nos primeiros estúdios, a cabina de locução era muito pequena e o isolamento acústico feito com placas de esferovite pintadas , como se pode ver.Fazendo o programa PAGINA DE POESIA o Fernando Cruz e a Libânia Feiteira. Este locutório pertence ao estúdio montado ainda na cabina de cinema do salão de festas.
O referido locutório era complemento da mesa de mistura que se vê abaixo



Quando se verificou que a consola já não se adaptava muito bem a programas em directo,foi substituída por outra também de fabrico caseiro que já permitia pré-escuta ,isto é, acerto dos discos no ponto exacto de arranque bem como o acerto de fita gravada e outras habilidades de que os ouvintes não se apercebiam. A nova consola está na foto seguinte.Na cabina podem-se ver : Luis Arriaga, Dília e João Pedro . Na técnica Eurico Correia.


Alguns elementos da R.M. enviaram fotos como as que se seguem e que ilustram o que temos vindo a dizer sobre reportagens de exterior.


Leve é o trabalho quando repartido por todos (Homero)




Esta foto de 1972 foi tirada na cabina do autódromo de Lourenço Marques e nela se vê uma equipa de reportagem e locutores estagiários. Da esquerda para a direita e em primeiro plano:João Almeida Santos, Luís Fonseca e J.Carvalho.Em segundo plano:Carlos Garrido, Fernando Salgado e António Garcia.




O Fernando Salgado controlando uma emissão gravada. Na estante da consola RCA pode-se ver a folha de papel que contém o alinhamento da programação do dia.




Fernando Salgado na discoteca da estação escolhendo música para um programa. A nossa discoteca era pequena, possuindo cerca de cem discos, já que a música irradiada era cedida, por empréstimo ,pelas firmas do ramo que assim viam publicitados os seus produtos. Outros eram dos próprios produtores de programas.




Fernando Salgado na Rádio Oficial de Angola onde foi com o Luís Fonseca para o 12º Festival da Canção de Luanda .Ao lado um profissional da estação angolana. Dadas as dificuldades da transmissão via cabo telefónico (naqueles tempos)o espectáculo foi gravado e a bobina enviada pela TAP para ser posta no ar 48 horas depois. A deslocação dos dois elementos foi custeada por Firmas Comerciais. Também em 5-7-72 o Delfim Rui visitou a emissora do Aero Club da Beira e em 13-1-73 a SABC na África do Sul, com a finalidade de intercâmbio de programas. Desse intercâmbio resultou que o João Alves gravasse na cidade da Beira programas que por nós eram retransmitidos em Lourenço Marques

Fotografia do João Alves gravando um programa na Emissora do Aero Clube da Beira
Mais uma dupla (João Carvalho /Dina Maria) em acção de reportagem no ano de 1973, em Lourenço Marques. Mais uma prova de que a R.M. era respeitada, pese embora a juventude dos seus elementos e o facto de não serem profissionais da comunicação .


LIVRO DO VISITANTE
Como a nossa Emissora passou a ter muitas visitas foi mandado fazer um livro de visitante.Este livro, com início em Fevereiro de 1970 ,guarda mais de uma centena de comentários e assinaturas.Vamos fazer a compilação de algumas tendo como critério de escolha aquelas cuja assinatura é identificável:




Que a Rádio Mocidade uma emissora de jovens para jovens,se mantenha no ar por muitos anos,como afirmação da presença da juventude de Moçambique na construção de um futuro melhor para Portugal.(Francisco Maria Martins 28-2-70)


RAUL INDIPWO escreveu : Não durmas mais irmão; desperta pronto e vem daí comigo,o rosto bem erguido porque um dia maior caminha ao nosso encontro,cheio de sol,de esperança e de sentido.Ergue as tuas mãos de acácias em floração para que a nova semente o Sol fecunde e o vento possa espalhar no verde dia a nova geração ,que o campo inunde e nasça no esplendor do "sem desgosto".Da terra que te deu "coisas do não" vem um dia maior na nossa direcção.Irmão deixa que a luz do Sol te banhe bem o rosto.



Com os meus agradecimentos e desejos que o Rádio Mocidade venha ,através das magníficas qualidades de trabalho dos grandes desta pequena Emissora,a ser uma grande emissora.Felicidades para todos.(Damasceno Covões 10-10-70)



Como angolano lamento que a mocidade da minha Província não siga o exemplo da do irmão do ÍndicoFaço votos para que continuem a trabalhar com a mesma vontade.Felicidades (António Luis Vieira de Castro 28-11-70)



Neste início de 1971 tive a sorte enorme de poder visitar as instalações da Radio Mocidade e ver,pelas fotografias,como foi a emissora nos princípios.Acrescento que,de 1931 a 1937,enquanto fui aluno deste Liceu nada havia nem se pensava na possibilidade de fazer ouvir a voz da mocidade.Felicidades para os carolas e felicito toda a mocidade pela sorte boa que está tendo.Que continue para a frente são os votos sinceros como aluno que fui,pai de alunos que aqui andaram e até como radioamador.Muito obrigado por me terem facultado esta visita (iligível CR7AF - 2-1-1971 )


Em 29-3-71 deixam sa suas assinatura 46 Finalistas do Liceu da Beira.


Em 21-8-71 visitam-nos 2o alunos do Centro de Estudos Ultramarinos de Lisboa. Deixaram as suas assinaturas.


Em 2-3-73 GERRY WILMOT, chefe da poderosa secção inglesa do RCM, deseja á emissora muitas felicidades para o .futuro.


Ao Rádio Mocidade com admiração e amizade (Horácio Reynaldo 1973)


Em Março de 1973 visitam-nos os alunos do 6º ano C do Liceu Salvador Correia de Luanda, deixando registados os seus .nomes



ALVARO DE LEMOS brilhante locutor e produtor de rádio do RCM deixou escrito: Um abraço com o maior respeito pelo vosso trabalho e pela vossa rádio.16-5-73



AUZENDA MARIA,a célebre locutora do RCM deixou exarado: Á equipa do Rádio Mocidade com um abraço e votos de que vão até onde desejam ir ! (longe....)
«««««»»»»»««««



ERA UMA VEZ UMA TORRE DE ANTENA
Quando nos foi oferecido o emissor de 250 W,levámos uma delegação ao gabinete do Gerente Geral do RCM, Sr. Virgílio Rodrigues, pessoa muito conceituada em Lourenço Marques e grande conhecedor de electrónica de emissores, com a finalidade de agradecer tão grande dádiva
Apresentados os cumprimentos e agradecimentos, a conversa derivou para o tema antenas e da nossa ser horizontal e relativamente baixa , tendo o Sr.Virgílio dito a certa altura :" O Rádio Clube substituiu uma torre de antena que possuia para o emissor igual ao que vos foi oferecido;vocês querem-na ?" Como para nós, tudo o que vinha à rêde era peixe,dissemos logo que sim e ,passados dias, lá estava o RCM a descarregar no Liceu a dita torre dividida em duas secções. Mas,desilusão das desilusões, nós que já sonhávamos com uma antena vertical e uns radiais enfiados no alcatrão dos campos de jogos , tinhamos duas seccões de uma torre em madeira, igualzinha ás de ferro de uma antena vertical. Não nos demos por achados e as duas secções,que eram relativamente leves, lá foram parar ao terraço do Liceu para segurar melhor a nossa antena horizontal . Só mais tarde viemos a saber que o emissor local do RCM também trabalhava com uma antena horizontal e daí que o seu Gerente Geral ,mais uma vez ,tinha sido extremamente gentil para com a nossa estação emissora.
Numa singela homenagem á Gerência do Rádio Clube de Moçambique que nunca nos hostilizou e que nos viu sempre como uma escola de futuros radialistas,publicamos a imagem do imponente edifício dos seus estúdios em Lourenço Marques e do seu primeiro emissor.





REPORTAGEM EM DIRECTO e TRUQUES




Esta reportagem do dia 10 de Junho tem uma particularidade engraçada: a transmissão foi feita em directo,via linha aberta entre a Praça do Município e o Liceu ,como se pode ver pelo nosso microfone no palanque.No entanto se olharem para a nossa repórter Dina ela tem na mão um gravador de cassetes gravando a transmissão do RCM,durante os discursos, já que este gravador era também receptor de rádio.Assim, se falhasse a linha montada pelos CTT tinhamos a reportagem para o noticiário. Este recurso foi também usado uma vez na cidade da Beira,quando falhou a ligação telefónica entre Beira e Lourenço Marques ,durante a visita do Prof Marcelo Caetano. A cassete foi enviada para Lourenço Marques no primeiro voo da DETA, com a indicação de ser entregue ao Pinto da Fonseca no aeroporto. A gravaçao que ela continha tinha sido obtida via transmissão da Rádio Pax da Beira. Isto era mesmo "desenrascanço" de amadores mas que chegou a tempo das notícias é um facto e ninguem deu pela falha da ligação telefónica.
Estes factos relembrados trinta e tal anos depois, levam-nos a pensar o que não teríamos feito se, como hoje, tivessemos à disposição rede de telemóvel,internet ou telefone de satélite,já para não falar na simplicidade de uma emissão em FM , que requeria uma pequena antena emissora vertical.

TRABALHO NO ESTÚDIO ( naqueles tempos)

Um leitor atento e conhecedor das coisas da rádio dos anos 70 ,já terá verificado pelas fotografias que o trabalho de estúdio era diferente do que se praticava nas emissoras continentais. Normalmente,no nosso País,o locutor tinha por missão operar,através de uma pequena consola, o microfone e dois gira-discos, sendo ele a pôr música. Do outro lado do vidro um técnico controlava, noutra consola, o sinal que ia para o emissor,as máquinas de gravar, telefones e sinais do exterior,etc. Embora a nossa consola permitisse,com um simples inverter de uma chave, que a locução fosse feita por quem estava a operar giradiscos e máquinas de gravar, optou-se pelo sistema do locutor só ler o texto ,deixando para o técnico a manipulação de 4 giradiscos e 2 máquinas de gravar, permitindo assim que ele fosse um verdadeiro sonoplasta, criando efeitos sonoros,cortinas musicais e separadores a seu gosto. A nossa opcção permitia locução menos monótona,a duas vozes,bem como entrevistas ou gravação de teatro já que se podiam ligar 3 microfones e em caso extremo seis, usando uma pequena consola de reportagem.O que dissemos justifica as fotos seguintes.

Nas fotos: Alda Maria e São Gonçalves /Miguel Sousa e Lobão Ferreira







Ainda que os teus passos pareçam inúteis,vai abrindo caminhos como a água que desce cantando da montanha.Outros te seguirão. (Saint- Exupéry )


Com a colaboração dos antigos elementos da Emissora, esta rubrica vai crescendo com factos que já havia olvidado e que,sem querer entrar em saudosismos doentios,vêm reforçar o que temos vindo a expor: A R.M. era uma "pequena grande emissora",reveladora do espírito empreendedor dos jovens de Lourenço Marques.Como qualquer estação de profissionais também as suas equipas tinham uma salutar atitude competitiva na angariação de ouvintes.Vejam-se as ilustrações seguintes:




O "2ºMini Quebra Cabeças Radiofónico" foi um rally-paper comandado pela rádio,isto é,os concorrentes circulavam de carro pela cidade sintonizando a R.M. e iam recebendo instruções para onde se dirigir e dar cumprimento a diversas ordens também transmitidas pelo programa que estava no ar,tudo cronometrado. A equipa vencedora foi constituída pelos Srs João R.Morais e Alfredo Simões num FIAT 125 e obtiveram 8426 pontos. O primeiro rally paper realizou-se em 27 de Março de 1971 e dele possuimos a foto que se segue com o locutor Delfin Rui junto a uma das viaturas concorrentes. A fotografia foi tirada num dos pátios do Liceu em frente aos estúdios de onde era dada a partida e feita a cronometragem.Ao volante desta viatura está identificado o João Carvalho.O cartaz publicitário ,que apresentamos mais á frente,foi feito pelo Fernando Cantinho,aluno do 4º ano C(actual 8ºano). O IIIº rally paper ( pela documentação que possuo) realizou-se em 24 e 25 de Março de 1973.A direcção da prova estava a cargo da equipa "ESTÚDIOS" e constava de 3 fases: a 1ª comandada pela rádio,a 2ª por guia de marcha e a 3ª fase uma prova de perícia .Os organizadores foram:Luis Fonseca ,Fernando Salgado,joaquim Carvalho,João Carvalho,Conceição Gonçalves e Lobão Ferreira. Por informação que nos chegou em 17-10-2008(um ano após a publicação deste blog) este rally foi ganho por Jorge Estrêla e José L. Gonçalves no Alfa-Romeu MLH-71-75 .



( na foto Delfim Rui Duarte e João Carvalho)
Se algumas equipas tinham clubes de fãs outras imaginavam fazer rádio de maneira diferente fora do estúdio.Foi o que aconteceu num sábado de Setembro de 1972.
O que mostramos é um programa, num sábado de tarde, realizado na montra de um grande estabelecimento comercial da cidade. O interesse foi tal que os dois locutores (Dina e Pedrosa) que se reconhecem por terem microfone na mão, tiveram que vir para a rua conversar com os ouvintes e concorrentes. O programa chamava-se QUADRANTE 14-16 por ser irradiado das 14 às 16 horas .

O apoio técnico, segundo nos dizem ,era do Roberto Bordino. Ao ver esta fotografia temos de dar razão ao Sebastião Henriques quando afirmou que a R.M. era excepcional em serviço de exteriores e com material improvisado. A ligação ao estúdio foi, mais uma vez ,por linha telefónica aberta.

Este outro serviço de reportagem foi o acompanhamento de um grupo de senhoras brasileiras, pertencentes á Fundação Curitiba que prestava apoio a mães e crianças carenciadas em países do sul de África. A visita foi a hospitais rurais na zona do Limpopo. A foto refere-se á inauguração de uma maternidade rural. Aos poucos vamos mostrando que a R.M. era na verdade uma Escola e não um mero passatempo para ´jovens previlegiados. A própria TAP a quando da inauguração da Carreira de aviões JUMBO entre Lourenço Marques e Lisboa convidou o Director da Rádio e dois elementos (Dina Maria e João Carvalho) para essa viagem de ida e volta a Lisboa com visita ás grandes oficinas de manutenção das suas aeronaves . Deste evento fizeram larga reportagem em gravação sonora.
Mais duas fotografias nos chegam às mãos com a indicação de que foi esta a primeira reportagem que a rádio fez fora do estúdio. Local a bela vila da Namaacha. Deslocaram-se lá: João Salgueiro,Isabel Pinto,Oliveira e J.Nogueira.











A imagem acima mostra o Pedrosa Alves e o Delfim Rui em reportagem em Lisboa ,entrevistando uma participante do Curso de Portugalidade,ocorrido em Agosto de 1973.


A próxima fotografia recorda um grupo de elementos da Emissora sentados nos degraus da porta dos estúdios numa tarde de Domingo esperando pela hora de entrar "NO AR".Teriam na altura entre 15 a 16 anos e são eles :Antonio Fonseca,Dília Maria,Tozé;F.Salgado.



Já atràs referimos que a Emissora mantinha uma rubrica semanal de Teatro Radiofónico com a colaboração do RCM e da Emissora Nacional de Lisboa. No entanto houve também produção própria e a primeira peça gravada tinha o título "As duas chávenas de chá".A direcção de actores foi de Libânia Feiteira em 1968. Outra que nos foi recordada tinha por título "Scrooge"(as visitas do Natal) de Dichens. A sonorização foi do Pedro Neto e os intérpretes alunos do 5º ano (actual 9º) de uma turma de inglês regida pela professora Drª Marina Correia ,que a adaptou . Também houve pequenas histórias teatralizadas de contos infantis destinadas a uma rubrica infantil da Isabel Pinto que durante algum tempo manteve intercâmbio com um programa similar de Angola o "Bolinhas de Sabão "
Também fez parte da nossa programação uma rubrica intitulada Xadrez pela Rádio em que os ouvintes jogavam xadrez com o locutor e todos iam escutando os lances. A ideia foi do João Carvalho com a rubrica "1ºCampeonato de xadrez pela rádio" e contou com a colaboração do mestre xadrezista Luis Ochôa Baptista.
Alguém que não se identifica,mas diz ter sido ouvinte da R.M. nos bons tempos de domingos de sol na marginal, recorda uma emissão feita a partir da praia,não dando mais elementos.Não desejo que este blog contenha afirmações que não possa comprovar, mas também não quero defraudar as espectativas deste nosso antigo ouvinte.Pessoalmente tenho uma vaga ideia desse programa ,mas a memória esqueceu quem o realizou.De qualquer forma e aguardando que alguém se recorde para o divulgar, aqui fica uma foto de como era essa marginal aos fins de semana,embora ela se reporte a 1962.




Os programas musicais passados pela R.M. tinham uma variedade grande de estilos que iam desde a música ligeira portuguesa ao Fado de Coimbra, das grandes orquestras á música clássica e como seria de esperar ,por influência da "LM radio",música anglo-saxónica em primeira mão, já que as gravadoras Sul Africanas nos mandavam os discos. O problema alfandegário foi resolvido por um despacho governamental que nos isentava, por sermos rádio escolar sem fins lucrativos e não termos publicidade. Um pouco mais difícil foi convenceer o Delegado da Sociedade Portuguesa de Autores de que não possuíamos verbas para pagar os direitos.Se fossemos obrigados não passaríamos música portuguesa fosse ela continental ou africana.Depois de uma conversa esclarecedora chegou-se a um acordo: a RM não pagava, mas comprometia-se a enviar mensalmente um mapa das músicas passadas, para efeitos estatísticos. Também o Consulado Geral de Itália nos fornecia música do seu país e para agradecer a amabilidade , alguem pensou numa rubrica com locução em italiano o que era "um bico de obra" pois a rádio não estava autorizada a emitir em língua estrangeira. Como o Roberto Bordino era de ascendência italiana e falava correctamente o português, passava por ser um locutor a tentar ser simpático para com a colónia italiana de Lourenço Marques, arranhando umas coisas em Italiano.Assim, o Roberto ,o João Alves e a Ivone Ferreira fizeram um programa "meio português, meio italiano" como esta última o recorda .

Uma prova da aceitação da R.M. entre os estudantes, pese embora todos os condicionalismos a que a mesma estava sujeita por ser realizada por amadores, está no facto de as Comissões de Finalistas do Liceu convidarem sempre os seus elementos para o Baile de Gala. como se comprova pela foto seguinte. (Da esquerda para a direita ; Isabel Pinto, João Salgueiro.Odete Freire , J. Nogueira, Maria Dília ; Pedro Neto,Fernando Salgado.desconhecida)
O SONHO QUE NÂO SE REALIZOU. Já dissemos que em Março de 1974 estava a ser montado no parque de antenas dos CTT,na Matola,um emissor de 2000 watts que iria cobrir uma vasta área,possivelmente até á cidade da Beira e que era uma oferta da Secretaria Provincial de Telecomunicações aos Serviços de Educação.Também tínhamos em andamento um outro estúdio mais pequeno que serviria apenas para emissão,ficando o grande para gravar programas que requeressem maior apuro técnico e treino de novos elementos. Como porem o sonho comanda a vida já se estava a pensar que as instalações do Liceu estariam demasiado acanhadas em 1975/76 data em que se previa uma emissão de oito horas aos dias de semana. Foi assim pensado um esboço de planta de novos estúdios para o Parque José Cabral. Quando esta ideia foi divulgada entre alguns dos jovens da R.M., rápidamente saiu para os jornais que publicaram o esboço de planta como furo jornalístico. É dessa notícia que retiramos as imagens seguinte
O edifício seria constituído por duas zonas distintas: uma administrativa e de convívio e outra operacional.Esta última constituída por três estúdios,sala de redacção noticiosa,sala de programação, discoteca,central técnica,sala de emissor ,chegando ao pormenor de uma garagem para uma carrinha de exteriores.Se este projecto tem ido avante ,talvez tivesse nascido a primeira estação oficial em Moçambique,formada por profissionais saídos dos jovens amadores da R.M. e teriamos sido ,quem sabe, a primeira escola profissional com cursos de radialistas.




MARIA DÍLIA : a vida é o meu palco
Nossa conhecida de anos atrás, Maria Dília tem sabido manter a chama do seu interesse e ,mesmo, do seu entusiasmo por tudo o que esteja ligado á locução. Ligada à "Rádio Mocidade" e dedicando-lhe o seu tempo disponível que nem sempre pôde mantê-lo com regularidade, com aquela regularidade que desejaria , Dília, tem procurado evoluir, procurado acertar o passo sempre tão incerto quando os verdes anos nos precipitam para um caminhar mais rápido e por vezes, sem nexo. Ela está acertando o passo , é um elemento jovem a colaborar na nossa rádio e , nós, pela exiguidade de elementos jovens que expontaneamente se aproximem da nossa rádio, damos-lhe a mão (a ela e aos jovens com boa vontade e valor) e dizemos-lhes para continuarem. É o que a Maria Dília está fazendo ;continuar. ´

Há quantos anos está a colaborar na Rádio Mocidade ? -Há três anos, mas tenho feito muitas interrupções. Como entrou para a RM ?- Foi a Libânia Feiteira , de quem sou muito amiga que me convidou para tentar locução. Achei a ideia engraçada , experimentei e fiquei. Gosta ?-Imenso. Não imagina como me fascina a carreira de locutora , mas nem sempre a minha vida de emprego-estudo, estudo e emprego, me tem possibilitado dar aquela assiduidade que eu tanto desejaria. Adoro, sabe, poder dar qualquer coisa às pessoas ,poder comunicar com as pessoas ,poder ser-lhes útil. É pena que em Rádio não possamos ver o ouvinte ; a reacção seria muito maior e melhor. Que programas apresentava nessa altura ? "Entre nós raparigas ", que durou cerca de três meses. Este programa focava moda, pinturas, tudo o que se relaciona com raparigas. Por que acabou com o programa ? Porque não tive a colaboração que desejava por parte das ouvintes , não tive apoio para determinadas rubricas e desisti. Desisti ainda porque não achava este meu programa á altura do que tinha idealizado. E presentemente que programas apresenta ? - Aos sábados , das 16.30 às 17.30 " Top Party show" com a colaboração magnífica de Tozé Seca e do técnico Pedro Neto.; às quintas, das 21 às 21.15 " Um pouco de tudo" um programa de características diferentes,sério, apenas com efeitos musicais a actuarem como separadores do texto que escrevo e leio. Está satisfeita com os programas que produz e apresenta ? Não, não estou. Nunca estou satisfeita com o trabalho que realizo. Você é uma insatisfeita ? Sou. Totalmente insatisfeita, Gostaria de tentar o Teatro ? Adoro teatro e gostaria de representar, Aliás matriculei-me no curso de iniciação teatral aberto pelo Rádio Clube de Moçambique e dirigido por Sara Pinto Coelho e António Teixeira Quantos candidatos há a intérpretes de teatro radiofónico ? Não sei ao certo, mas às aulas costumam ir umas vinte e tal pessoas . Espera ser admitida no final do curso ? Gostaria ,mas não sei se serei das seleccionadas. Que pensa a DÍlia da programação da "Rádio Mocidade" ? A programação de um modo geral é fraca. Poderia ser melhor se na produção houvesse um maior número de pessoas com valor e qualidades. Veja que na locução temos muito bons locutores, na técnica temos bons elementos, mas na produção há uma falha e grande . . Julgo que só aparecem pessoas para falar ao microfone ou para a técnica. Agora para produzir é que não aparecem. Há um jovem produtor que devo destacar,o Tozé Seca. Tem valor e acredito que ele continue ligado à Rádio e acabe por ir para o Rádio Clube de Moçambique. A Isabel Maria é outra produtora de enorme valor e uma locutora de voz que muito aprecio; no entanto falta-lhe o tempo. É professora e estuda ,de forma que a RM sai prejudicada. E o director da Rádio Mocidade ? Não poderia lá estar outra pessoa. O Dr . Nogueira é excepcional em dedicação, em entusiasmo e em delicadeza. Tanto o Dr. Nogueira como o Carlos Albuquerque, na técnica, são desde a primeira hora de emissão da RM , dois elementos -base. Tem lido poetas de Moçambique ? Tenho. Admiro imenso o Reinaldo Ferreira.Adoro tudo o que ele encerra. Dos vivos coloco o Guilherme de Melo no topo. Não o conheço pessoalmente, nunca lhe falei, mas aprecio imenso a sua obra e do que li dele,, grande parte nem publicado está, classifico-o como a sinceridade envolta em talento. Na poesia ele é verdadeiro, é sincero. Na locução do Rádio Clube tem preferência por alguma voz ? -Admiro a Manuela Araiano e admiro-a pelo trabalho que realizou para se valorizar profissionalmente. E dos que cantam ? Natercia Barreto está no apogeu e deveria prosseguir, ir para Lisboa por uns tempos,onde tanto público tem. Gosto imenso do Carlos Guilherme ,como muito gostava de ouvir a Rosa Ferreira, lamentando que se tivesse afastado. Maria Dília é a cpnversadora que sabe bem escutar, que se abre entre conhecidos de longa data, para então ser a autêntica Dília, a jovem que muitos sabem que é, mas que poucos conhecem.
(in Tribuna(?) 8-5-1970



A PARTIR DE 8 DE MAIO
VÃO SER RADIODIFUNDIDOS DOIS CURSOS DE DISCIPLINAS DO 7ºANO Vão ter início no próximo dia 8 de Maio (1972) dois cursos pela rádio destinados a auxiliar a aprendizagem das disciplinas do programa do 7ºano dos Liceus, a escolher entre Alemão,Matemática,Filosofia e Latim de acordo como interesse demonstrado pelos alunos que responderam ao inquérito agora lançado. A iniciativa engloba-se no plano de actividades da Inspecção Provincial de Educação e conta com a aprovação da Secretaria Provincial de Educação e o apoio do Serviço Extra-Escolar e da Rádio Mocidade,organismo através do qual as lições referentes ás disciplinas escolhidas serão radiodifundidas. Os cursos constarão de 26 lições,terminando provavelmente em 16 de Junho. A difusão de dois únicos cursos deve-se á impossibilidade actual de pôr em prática todo o programa de lições disponíveis. As lições serão radiodifundidas entre as 21 e 22 horas, a partir do dia 8 de Maio através do canal da Rádio Mocidade.Entretanto,procura-se que tal iniciativa possa ser concretizada também através dos emissores regionais de Nampula,Quelimane e Porto Amélia do RCM e ainda pela Rádio Pax da Beira,entre as 15 e as 16 horas. (in DIÁRIO)


Obs. Os cursos escolhidos pelos alunos foram Matemática e Filosofia e o horário das emissões o seguinte:Rádio Mocidade das 21 às 22 horas; Quelimane das das 16 às 17 horas ;Nampula das 17 às l8 horas ,Porto Amélia das 17 às 18 horas.

Mini Quebra Cabeças da R.M.
Em emissão especial, que se prolongará das 20 às 0.30 horas a Rádio Mocidade numa iniciativa de "Produções Estúdio" realiza hoje o I Mini Quebra-Cabeças Radiofónico.Conta-se com a participação de 7O concorrentes que durante as duas fases programadas,serão orientados pela rádio. António Luis Fonseca,locutor daquela emissora e organizador e director da prova mostrou-se francamente optimista quanto ao êxito da ideia,esperando que ela entusiasme os jovens componentes dos restantes grupos da Rádio Mocidade e os estimule a apresentarem igualmente iniciativas originais.Amanhã, pelas 18 horas,no salão de festas do Liceu Salazar,será feita a distribuição de prémios,entre os quais cinco taças e seis troféus.( in NOTICIAS)


A taça que apresentamos era a TAÇA RÁDIO MOCIDADE. De grandes dimensões estava sempre exposta na sala de convívio dos estúdios.Era simbolicamente entregue aos vencedores das provas desportivas que a RM organizava. Na sua base eram colocadas placas em prata com o nome da prova e respectivos vencedores.(Na foto pode-se observar uma dessas placas , no caso referente ao IIº Mini Quebra Cabeças )


Revista O ESTUDANTE«««Liceu Salvador Correia »»» Luanda
Ano XL-Nº3-Março e Abril
(excerto parcial referente apenas ao que concerne á nossa Emissora)
Rádio no nosso Liceu ?... Uma ideia a lançar Com muito agrado e vá lá com certa" invejinha" verificàmos,em Moçambique, ser a rádio um dos principais passatempos da juventude estudantil e nível liceal.Por isso esta moderna actividade está tão desenvolvida e divulgada .Faz-se rádio só pelo prazer de aprender e distrair,não impedindo,no entanto,que se faça rádio a sério,como de facto se faz. Em Lourenço Marques,tivemos os primeiros contactos com Radio Mocidade. No liceu Salazar,a "acrópole" do ensino liceal moçambicano,fomos recebidos por jovens( uns doze ou treze) que nos mostraram o trabalho de jovens para uma cidade que os escuta com agrado dada a diversidade e o bom nível dos programas apresentados.Visitámos então o estúdio privativo que se encontra anexo ao referido Liceu e ficámos maravilhados com o trabalho que neste sector se vai realizando.Mentiamos se disséssemos o contrário.Estávamos perante um estúdio de amadores,mas modernamente apetrechado com aparelhagem potente,já que emite em , directo sem ligação a qualquer outra Emissora. Essa aparelhagem foi adquirida com os sacrifícios que todos nós imaginamos,e teve o apoio de várias empresas e da própria MP.Dada a primeira arrancada, .agora tudo se tornou mais simples.Ninguem mais os segura.A direcção do estúdio cabe a um professor do Liceu,camarada dos jovens e sempre pronto a ajudá-los As emissões são diárias e comportam as mais variadas rubricas.Na breve visita que fizemos ao estúdio,assistimos e colaboramos numa emissão. ...... Oxalá, já no próximo ano lectivo,possamos ouvir nas telefonias : "aqui estúdios do Liceu Salvador Correia".....Que tal a ideia? (Dinis Martins )
A RADIO MOCIDADE FAZ A COBERTURA DO " RALI DO BNU (in A TRIBUNA nº2554 de 13 de Junho de 1973)
Dado o interesse que está a suscitar nos amantes do automobilismo desportivo este Rali do BNU,a Rádio Mocidade levará a todos os seus ouvintes os acontecimentos de maior relevância desta importante prova. Assim,diariamente, a partir das 20 horas e até cerca das 2 horas da madrugada, na sua emissão, a Rádio Mocidade irá ao encontro de todos aqueles que estejam interessados em conhecer aquilo que se vai passando na mais importante prova de estrada realizada em Moçambique..No sábado ,último dia da prova, a Rádio Mocidade terá postos de trabalho na pista do ATCM, no BNU e nos próprios estúdios,fazendo assim a cobertura total dos últimos acontecimentos do III Rali do BNU .


VOZES QUE NOS FAZEM COMPANHIA (in CARTAZ de 20-3-73)
DINA MARIA Dentro do grupo de vozes femininas que actuam na Rádio Mocidade,Dina Maria evidencia-se pela sua assiduidade,pelo seu constante entusiasmo e pela forma como gosta de conversar com os ouvintes. Num tom descontraído, muito seu, muito dentro do espírito jovem que a anima a prosseguir ligada á R.M. Embora pertencendo ao circulo que regularmente sintoniza a Rádio Mocidade, Dina Maria ,tem levado o seu gosto pela rádio a procurar trazer para aquela emissora uma possível projecção e um eventual aumento de ouvintes. Compreendida ou não,conseguindo ou não levar por diante os seus projectos, ela não desiste e busca,na continuidade, a possibilidade de encontrar a restea desejada que a leve á audiência pretendida . «« Na Rádio Mocidade entusiasma-me tudo,por causa das dificuldades que temos de enfrentar e pelo desejo que todos temos de conquistar o público de Lourenço Marques.Sabemos que trabalhamos ainda para um número limitado de ouvintes; sabemos que não são muitos os adultos que nos ouvem,mas confiamos que ,com o vosso apoio,apoio de todos os jornais e que nos tem faltado,com o esforço de fazer cada vez melhor dentro das nossas possibilidades de amadores, a nossa emissora deve aspirar a melhores dias. » -Mas a Dina não acha que os dias de hoje são já melhores que os dias de ontem? «Sem sombra de dúvida. A Rádio Mocidade com a ajuda oficial que tem recebido galgou a fase inicial e não tem comparação o que se apresenta actualmente com o que se apresentava há una anos atrás.» Quer então dizer que nessa melhoria gradual há inevitavelmente um gradual aumento de ouvintes?
»Exactamente.Também sabemos agora que somos escutados por mais gente,por gente interessada nas nossas diversas rubricas o que,contudo , não significa que tenhamos atingido a meta desejada no sector da audiência.Nem pensar nisso! Para ser atingida, muito há a fazer,a percorrer e a conquistar.» Dina Maria na calma do seu valor,não esconde a força que a impele para prosseguir na colaboração que presta à RM.Curiosa, esta jovem estudante do 5º ano de Ciências, que ponderando o que diz, não esconde o que está certo e o que está errado.---« Alguns dos profissionais da nossa rádio chamam-nos de emissorazeca, o que nos desgosta. É precisamente nesta emissorazeca que se preparam valores novos,que se roda gente que gosta de trabalhar na rádio e que não tem onde aprender.É na RM que se aprende,com um desejo secreto:o de singrar. E não tem sido um nem dois os elementos que mais tarde passam a colaborar nas produtoras que funcionam dentro das emissões do Rádio Clube de Moçambique.Tem sido aqui que eles se fazem, praticam os seus primeiros passos a adquirir o passaporte para voos mais altos. ---Condena-os por isso ?. De modo algum.Isso significa progresso numa actividade,o que quero dizer é que se a cooperação fosse maior, a Rádio Mocidade onde ninguem ganha um centavo,onde não pode haver publicidade--nosso grande contra-- teria outro raio de acção. Mas para si,passando o tempo de estudante,permanecerá o gosto pela rádio? «Eu gosto de trabalhar na rádio e veja que não sou só locutora, sou noticiarista, produtora e ando agora a aprender técnica . Continuar ligada á rádio seria o ideal » Que programas seus mantem actualmente? « Ás quartas MISCELANIA NOCTURNA , programa de uma hora com diversas rubricas e ás quintas UM POUCO DE TUDO. Para além disso faço a locução normal» Há quanto tempo está na Rádio Mocidade ? « Há 15 meses. Fui admitida por causa de um bolo!.... Estava a ouvir a Rádio Mocidade , quando o João Salgueiro e o Carlos Franco que estavam a apresentar um programa, pediram por brincadeira ás ouvintes uma fatia de bolo. Estava-lhes disseram a apetecer comer um bocado de bolo. Eu resolvi entrar na brincadeira e fui mesmo levar-lhes um bolo.Isso originou uma entrevista e um convite para aparecer por lá . Convenceram-me a fazer uma prova e...entrei. Estou radiante e temos um Director magnífico em tudo. Quero ver se faço as Ciências, mas tenho-as prejudicado por causa deste virus da rádio » E os olhos da Dina Maria não deixaram de sorrir na sua gaiatice .Nascida no Alentejo, mas vinda para cá já com 9 anos, ela passou a adorar isto. E valha a verdade,que não teve mau gosto,não senhor!



SÉTIMO ANIVERSÁRIO DA RÁDIO MOCIDADE

A Rádio Mocidade,que transmitiu o seu primeiro programa no Domingo de Páscoa de 1966 assinalou ontem a entrada no oitavo ano de actividade. Além do programa especial que foi para o ar entre as 10 e as 11 e as 16 e as 17 horas, a efeméride foi pretexto para uma simples confraternização entre quantos trabalham naquela emisora, a que se associou o seu director,dr Joaquim António Nogueira. A Rádio Mocidade ,que durante o seu primeiro ano de actividade transmitiu apenas uma hora por semana,está presentemente com uma programação que ocupa 23 horas semanais elaborada e transmitida por 17 elementos.Os seus estúdios estão instalados em dependências do Liceu Salazar, bem assim como o emissor de um quarto de kilovátio. De referir que dada a fraca potência do emissor há a perspectiva de a Secretaria Provincial de Comunicações oferecer uma unidade de dois Kilovátios , o que virá a permitir uma emissão de mais longo alcance. ( in NOTICIAS de 23 de Abril de 1973) O mesmo jornal no dia anterior e em artigo assinado por Guilherme de Melo,fez referência á efeméride.O referido artigo continha as fotos que se seguem:
















Também o DIÁRIO noticiava na mesma data em artigo de Arlindo Lopes: TRABALHAMOS POR UMA EMISSORA PARA TODOS E CADA VEZ MAIS RÁDIO, reafirmaram à nossa reportagem alguns dos principais responsáveis pela mais jovem emissora oficial moçambicana. «Apesar dos inúmeros condicionalismos cremos que com o nosso esforço e montanhas de boa vontade será possível que esta emissora se torne cada vez mais e melhor rádio,para todos»---assim nos confiaram alguns dos principais colaboradores da Rádio Mocidade,ao fim de uns três quartos de hora de um "bate-papo" informal e retrospectivo sobre a jovem estação emissora lourençomarquina. Emitindo em ondas médias,oficialmente, desde há cerca de sete anos, a partir de uma das dependências do Liceu Salazar. a Rádio Mocidade funciona já em instalações próprias desde 28 de Fevereiro de 1970 e inauguradas pelo então Secretário Provincial de Educação Dr. Francisco Maria Martins( faz .hoje precisamente 4 anos) À extraordinária boa vontade desta briosa equipa se deve o bom trabalho da RM como meio de comunicação, traço de união entre os homens,veiculo de informação,recreio e cultura. Ninguem ignora ,por exemplo, que esta emissora tem sido verdadeira escola de locutores, donde saem alguns dos melhores profissionais do nosso meio. Segundo foi reafirmado no decurso da nossa conversa « a RM não é só para os jovens, como é costume pensar-se. Trabalhamos para o público em geral e por uma rádio cada vez melhor» Além dos programas de estúdio , com mensagens, divulgações culturais,musicais e recreativas, a RM tem vindo a realizar outras actividades exteriores ( coberturas desportivas,cerimónias oficiais,retransmissão de espectáculos de variedades). Depois da participação do Rally TAP, por exemplo, anuncia-se que esta emissora transmitirá no próximo sábado as várias fases da competição denominada "24 horas de Natação", na piscina do Desportivo de Lourenço Marques. Apesar de estas e outras iniciativas de bom nível , a verdade é que grande parte do público continua a ignorar o valor e acção da Rádio Mocidade. Na realidadee apesar dos nossos progressos , a reacção do público em geral não tem sido como seria de desejar.Tudo isso porque sendo jovens que realizam esta rádio eles consideram o nosso trabalho ,imaturo ,superficial »--desabafou uma locutora. Estes são alguns do condicionalismos a que aludimos no princípio e são tanto mais de lamentar quanto sabemos ( e todos quantos os escutam podem testemunhá-lo), que a Rádio Mocidade esforça-se por realizar um trabalho sério.Assim será cada vez mais rádio pela enorme boa vontade que sabemos animar todos quantos nela trabalham. A Rádio Mocidade trabalha como dissemos em 202 metros em ondas médias,emitindo diáriamente das 20 ás 22 horas (segunda a sexta feiras) das 15 ás 19,30 aos Sábados e das 9 ás l9,30 aos Domingos (ARLINDO LOPES)











Artigo publicado no Jornal DIARIO de Lourenço Marques em 28-2-74 e onde estavam publicadas as fotos com as legendas: Maria Amélia estudante de Medicina e Zé Felizardo um dos mais dinâmicos da RM)
VOZES QUE NOS FAZEM COMPANHIA JOAO MANUEL Do grupo de vozes que na Rádio Mocidade fazem normalmente locução João Manuel coloca-se entre os mais veteranos,apesar dos seus três anos de actividade. Na Rádio Mocidade onde o entusiasmo tem que superar dificuldades de ordem diversa, onde o querer tem que ir, a pouco e pouco, construindo popularidade e conquistando novos ouvintes, os que colaboram nas suas emisões estão sujeitos,por deveres de estudantes , a por vezes interromperem a sua actividade. Mas, no caso desta voz que hoje nos faz companhia e que com assiduidade faz também companhia aqueles que escutam a R.M, a sua presença mantem-se,não apenas no contacto directo com o ouvinte, mas também na colaboração que presta nos sectores técnico e de produção. João Manuel, na calma aparente do seu falar manso e sem pressa,traz camuflada uma força de vontade que o tem levado a realizar tudo quanto tem projectado concretizar---Tenho tido sorte, mas as dificuldades são muitas e por vezes a incompreensão tambem é grande e numa altura que deveria ser mais branda,se levarmos em atenção o trabalho que a Rádio Mocidade tem feito. Não nas esferas oficiais,que as entidades contactadas têm sido sempre de enorme gentileza,refiro-me ao apoio imprescendível para as nossas iniciativas, a estímulo por aquilo que fazemos e por aquilo que gostaríamos de fazer.È certo que de há tres anos para cá noto que a RM tem progredido,mas talvez por exigência minha ou dos meus colegas,gostaríamos que esse progresso tivesse sido mais rápido.Foi há três anos que entrei,antes eu era um simples ouvinte e simpatizante.Nada sabia do "interior" desta emissora.---- E como é que se deu a sua entrada para a Rádio Mocidade ? ---Parece incrível,mas é verdade ,uma simples dedicatória pôs-me em contacto coma então locutora São, que tinha ao seu cuidado "Pop 22369"( nº do telefone do estúdio).As dedicatórias eram telefónicas e eu fiz uma.Dessa conversa nasceu uma hipótese de visita à Rádio Mocidade e daí veio outra hipótese, a de fazer produção.Comecei a colaborar no "Pop 22369" e foi neste programa que me estreei na rádio. Depois a minha colaboração estendeu-se ao "Quadrante Universitário",feito por um grupo de universitários que deixando a Rádio Universidade,passaram a colaborar na RM.Desse grupo do "Quadrante" só eu e duas raparigas não éramos da Universidade. Quando o técnico do"Quadrante",Tó Garcia, foi para a Metrópole, pensei em aprender o essencial sobre técnica de som.Para essa aprendizagem entrei eu e a São. Estagiámos e tempos depois começamos a dar assistência a programas.-----E quando é que o João Manuel começou propriamente a fazer locução ? Cerca de quatro meses depois de ter principiado a fazer técnica aos programas e também devido á ida para a Metrópole do meu colega Jorge Rodrigues.Ele tinha a seu cargo o programa " No mundo do Jazz" e pediu-me para fazer o seu lugar, ao lado da Maria Dília. A partir dessa altura dividi-me entre a locução e a técnica. -----E para qual pende mais a sua preferência ? ----Elas completam-se na sua diferenciação,contudo, a locução,por me pôr em contacto directo com o ouvinte, atrai-me mais . Faço ainda produção.Trabalhando simultaneamente nessas três facetas colaboro no "ALTERNANTE ZERO" sobre os pioneiros da cidade; "NOVA ANTENA",às terças á noite, na técnica, que a locução é feita por Maria Helena Lisboa Santos e Lila Rafael, esta filha do locutor António Luis Rafael ,do Rádio Clube. O ambiente na RM é excelente; há camaradagem,há entendimento e sentido de entreajuda.Só assim com esse espírito de equipa é que se consegue manter "no ar" diáriamente a nossa emissora e3 com uma programação que não nos envergonha. Até pelo contrário.-----Gostaria de vir a ser profissional ?----Não pensei nisso .Agora agrada-me estar como estou a Radio Mocidade e estudar o meu 6º ano de económicas. O resto....só otempo .(in CARTAZ nº 200 de30-4-1973)
EM PLENO LICEU SALAZAR RÁDIO , FANTASIA E UM POUCO DE TUDO
" Alô! É da redacção do jornal DIÁRIO ?---perguntaram-nos. Exactamente, respondemos. Pois bem. Telefonamos para informar que dentro de momentos, mais precisamente ás 21 horas «Rádio Mocidade» transmitirá para os seus ouvintes, o seu programa «Mundo Fantástico». Estão desde já convidados, a assistir ao mesmo." Pousamos o auscultador do telefone e quase instintivamente olhàmos o mostrador do relógio.Faltariam ,nem tanto, dez minutos para o começo do anunciado programa. Quase não pensámos e ... eis-nos a caminho do Liceu Salazar. Chegámos. Á porta ,como que adivinhando a nossa vinda, um dos elementos da RM que, amàvelmente, nos convidou a entrar. E entrámos .... Sentado, auscultadores nos ouvidos, atento, estava o jovem José Felizardo ,que com uma destreza impressionante dirigia o sector a seu cargo---o registo sonoro. Num outro compartimento,separado do primeiro sòmente por uma vidraça dupla , o local destinado à locução. Olhámos através dela e vimos sentados perante o microfone,dois jovens que quase dispensam de apresentações,tão conhecidos são dos ouvintes que habitualmente escutam os programas de Rádio Mocidade, Miguel Sousa e Luis Lobão Ferreira .

«O programa que iniciámos há pouco e que intitulámos de MUNDO FANTÁSTICO tem para já um objectivo em vista. reunir um pouco de toda a actualidade naconal e internacional.Com o Mundo Fantástico nós tentamos quebrar um pouco a monotonia a que os ouvintes estão habituados. Para isso tentamos renovar,fazendo um programa difrente , com outras ideias ,outras expressões e com introdução de "spots" publicitários sem qualquer finalidade publicitária » afirmou o Miguel de Sousa.
Entretanto era altura deste entrar conjuntamente com Lobão Ferreira em diálogo com os ouvintes, por isso mesmo aproveitámos o ensejo para darmos uma espreitadela para o sector a cargo do José Felizardo que , num dos raros momentos de pausa nos afirmou: « Penso que o nosso programa,agradará em absoluto aos ouvintes da RM pois nele introduzimos um pouco de tudo» Era agora a vez do operador de somentrar em acção e tivemos então a oportunidade de falar um pouco com o jovem Luis Lobão Ferreira,que além de dar a sua colaboração na locução é o produtor do programa. Interessava-nos saber as suas opiniões:« No ponto de vista de texto,o programa visa ou um assunto muito específico ou então um assunto que na altura nos ocorre. Acho que o título do programa é duma síntese que eu como produtor tenho em vista. Além disso considero o título sugestivo. Dá-nos aso, considerando o ponto de vista social,criticar o mundo actual,sempre com a intenção de construir, nas precárias possibilidades de um jovem. » Quase nos havíamos esquecido por completo do tempo.Olhámos para o relógio de parede colocado mesmo em frente do operador de som. Três minutos era o tempo que distava do termo do programa. E foi ainda o Lobão Ferreira que a finalizar nos disse:« A escolha dos discos para o Mundo Fantástico é feita em conjunto.Pretendemos apresentar sempre música variada. Assim no decorrer dos nossos programas difundimos música portuguesa, brasileira,inglesa e francesa, não esquecendo a italiana e espanhola.Enfim ,um pouco de tudo para agrado de todos». A nossa missão chegara ao seu termo. O que haviamos presenciado , agradara-nos sinceramente. O Mundo Fantástico, com toda a sua originalidade acabara de nascer. Era um novo programa de rádio .E, certamente, amparado pelas directrizes e pelo entusiasmo daquele punhado de jovens que desinteressadamente fazem rádio será , com o continuar do tempo (e isso estamos certos), um programa digno da juventude moçambicana. (VALDEMAR BONACHO)
PEQUENAS NOTICIAS----IMPACTO é um programa da Rádio Mocidade e apresentado todos os Sábados das 17.30 às 19.30 horas.Maria Amélia e João Salgueiro estão na locução. Delfim Rui na técnica.( in Cartaz de 5-5-73) JOAO CARVALHO recém chegado de Lisboa,onde foi em serviço de reportagem para a rádio,continua ligado á Rádio Mocidade,onde desempenha as funções de chefe dos serviços de locuçao. No entanto, as qualidades de João Carvalho não passaram despercebidas á rádio profissional e breve deveremos também passar a ouvi-lo na secção desportiva da "1001" . RADIO MOCIDADE fez um excelente trabalho de exterior,com a recente competição das " 24 horas de Natação"(in Cartaz 27-3-74) Luia Fonseca e Fernando Salgado respectivamente locutor e técnico da Rádio Mocidade, partem esta tarde, pelas 18.30 horas, no avião da TAP,com destino a Angola onde vão fazer a cobertura do 12º Festival da Canção daquela província irmã, que será posteriormente radiodispersa pela Rádio Mocidade e onde Moçambique se faz representar por Zito. O programa não poderá ser radiodifundido em direc to, dadas as condições de recepção via Marconi,sobretudo no que respeita á música , uma vez que as vozes ouvem-se com bastante nitidez. O Festival realizar-se-à na próxima sexta feira e, á noite,Luis Fonseca e Fernando Salgado trabalharão na compilação do espectáculo,cuja gravação será enviada para Lourenço Marques por avião de modo a estar nesta cidade no sábado de manhã,sendo retransmitida á tarde ,incluida na programação desse dia da RM. Sendo a primeira vez que se deslocam ao festival e é também a primeira vez que a Rádio Mocidade sai de Lourenço Marques para fazer a cobertura de um tal espectáculo, luis Fonseca e Fernando Salgado, não podem de momento ter uma opinião formada sobre o referido espectáculo,sabendo contudo ,que o êxito dos outros festivais não tem sido muito grande. No seu regresso porem, previsto para o próximo dia 3 de Outubro, falar-nos-ão mais do 12º Festival da Canção de Angola. Luis Fonseca e Fernando Salgado aproveitaram a oportunidade para agradecerem, através do "Notícias".toda a colaboração que lhes foi desinteressadamente oferecida e que tornou possível a sua deslocação a Angola. ( in NOTICIAS de 26-Set-72)



Pedro Laranjeira (jornal Notícias 28-Nov-70) A partir de sábado passado Pedro Laranjeira faz parte do cast de produtor locutor da Rádio Mocidade. Assim a sua rubrica sobre cinema que vai para o ar no Encontro com a Noite no RCM ,vai em reprise para o ar na RM .aos sábados às 19 horas. O mesmo jornal em 20-Fev-71 noticiava: Em realce continua aos sábados CINE_CURRICULUM de Pedro Laranjeira na Rádio Mocidade.Ouçam pois montes de cine-segredos revelados na sua meia-hora. Todas as máscaras sobre o cinema que em L.M. se vê, são tiradas pelo Pedro.


34 anos depois.....



Deixámos dito que a Rádio Mocidade auto-suspendeu as emissões a 27 de Abril de 1974, mas a história não acaba aqui pois ,em 30 de Novembro de 2008, por iniciativa de alguns daqueles "jovens "(em que foi o obreiro o Luis Fonseca) realizou-se o 1º Almoço de Confraternização. Mais gordos uns, ou de cabelos brancos outros e ainda outros sem os ditos, ali estavam eles e elas de olhos brilhantes ,com uma lágrima teimosa ao canto do ôlho,a reviver os doces anos de uma sã camaradagem. Num espírito de amizade, convidaram também os profissionais do ex-RCM e o 1º Encontro da Rádio Mocidade transformou-se no 1º Encontro da Rádio de Moçambique. Estiveram presentes : Carlos Oliveira, Graça Faustino, Ivone Ferreira,João Alves, João Pedrosa Alves, Jorge Rodrigues, José Felizardo,Luis Arriaga,Luis Fonseca, Maria Amélia ,Roberto Bordino e Tozé Seca pela Rádio Mocidade e Darwin Cardoso e Manuel Tomaz do RCM ,além de outros convidados. Por motivos familiares não esteve presente o fundador da Rádio Mocidade, tendo contudo enviado uma mensagem que foi lida pelo Luis Fonseca. Também outro dinamizador do encontro, o Fernando Salgado, não esteve presente devido a um inesperado problema de saúde.Desse encontro foi realizado um filme e distribuídas lembranças entre elas um CD com os "jingles" da RM e do RCM, entre outros. Os vários oradores falaram daqueles tempos e recordaram os companheiros que já não estão entre nós. O lema que ás vezes utilizavam de "um por todos e todos por um" mantinha-se 34 anos depois de as contigências da vida os terem separado. CLICAR NESTE ENDEREÇO http://fotografiasrm.blogspot.com/




OBITUÁRIO- Temos conhecimento que até Dezembro de 2008 tinham já falecido os seguintes colegas da R.M. :José Augusto;Eurico Correia,Pinto da Fonseca,Odete Freire e Sebastião Henriques. Paz á sua Alma !


COMO CONSEQUÊNCIA DESTE BLOG E DESTES DOIS ALMOÇOS E AINDA PORQUE O VÍCIO DA RÁDIO NUNCA MAIS SE PERDE , COMEÇARAM A SURGIR OUTROS SITES FALANDO DA RÁDIO MOCIDADE , DO RÁDIO CLUBE E DA DADIODIFUSÃO EM GERAL. Aconselhamos visita aos sites Encontros R.M:(http://fotografiasrm.blogspot.com/ ) Rádio Sempre ( http://www.radiosempre.com/ ) Também aconselhamos http://osamigosdaradio.blogspot.com/
OBRIGADO PELA VISITA. Divulgue este blog por quem ama a radiodifusão ou viveu MOÇAMBIQUE



ww